domingo, 25 de outubro de 2015

O Sofrimento


O sofrimento é um professor. Um professor experiente, um Ph.D especializado na vida. Seu ensino torna mais sensível nossa percepção da condição humana. Depois de cada aula do sofrimento, somos capazes de discernir melhor a impermanência, as ilusões, a fragilidade, as futilidades, a vanidade; a nobreza, a honra, a moral, o caráter e a beleza, relacionados à existência.

Buda disse que estar vivo e consciente é sofrer. Se olharmos para esta afirmação por outro prisma, veremos que ele estava correto. Jesus confirma ao dizer "no mundo tereis aflições". É razoável, portanto, afirmarmos que o sofrimento é "onipresente" entre os seres humanos. Um tipo fundamental de mal-estar pelo qual todos passam, sejam quais forem as causas específicas. Ricos e pobres, homens e mulheres, negros e brancos, jovens e velhos; sofrem igualmente, embora o sofrimento de cada um pareça a si mesmo ser único ou maior que dos outros.

Você conhece alguém que nunca tenha sofrido em nenhum momento? Você também não sofre de vez em quando? Há quem suporte o sofrimento de maneira mais estóica ou humorística que os outros, mas todos, seguramente, sofrem de alguma coisa às vezes, ainda que exprimam isso de maneiras diferentes. Alguns sofrem em silêncio; outros protestam em voz alta. Alguns oram e entregam sua dor a Deus ou mesmo a algum santo, outros se tornam cínicos. Alguns culpam os outros; outros culpam a si mesmos. Alguns odeiam ou matam os outros; outros odeiam ou matam a si mesmos. Alguns buscam fugir do sofrimento; outros sofrem por tentativas de fuga. Alguns atingem metas para distrair-se do sofrimento; outros sofrem por atingirem essas metas ou pela própria distração.

A boa nova é que Jesus nos ensina a lidarmos com o sofrimento. Toda a história da intervenção divina na humanidade, aliás, é repleta dessas lições. A travessia do mar Vermelho poderia ser traduzida por travessia do mar de sofrimento. Ao chegar do outro lado, o povo de Israel passou pelo sofrimento com êxito. E assim também nós podemos e devemos fazer.

Pense na mensagem de Jesus como uma aula de natação: nos ensina a atravessar o mar de mal-estar e chegar à praia do bem-estar. De fato, Ele nos ensina a nadar, nos da trajes de banho e nos previne das correntezas traiçoeiras do caminho. Apenas não nada por nós. Ele está do outro lado esperando para nos saudar como vencedores.

No entanto, ele nos adverte que ao atravessar o mar de sofrimento e chegar a praia de bem-estar, não é o fim de tudo. Uma vez um sábio pastor disse: existem três tipos de pessoas: as que estão passando por tribulação, as que estão saindo da tribulação e as que estão entrando na tribulação. O fim de um ciclo de dor nos prepara para toda uma mistura de outros sofrimentos vindouros. Se você está passando por um grande sofrimento, saiba que, quando acabar, você estará livre para sofrer por outros motivos. Sofrer por doenças, por morte, por morte prematura de entes queridos, por maus casamentos, por más colheitas, mau tempo, maus vizinhos, desemprego, exploração, tributação e tudo o mais. Muito embora também esteja livre para ter períodos  de bons momentos, lembranças felizes, superação no trabalho, um grande amor, paz em sua casa, alegria entre amigos e familiares, etc, entre os ciclos de sofrimento.

O importante disso tudo é saber que há alguém disposto a dividir o peso do seu sofrimento com você. Esse alguém é Jesus, e ele oferece um ombro amigo. Mais que altruísta, ele é o próprio Deus criador de todo o universo, que ama sua criação. Você é parte da criação dele, e por isso ele oferece amor paternal. Aceite, e você verá que seus sofrimentos serão menos doídos a partir de então.

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