"O Senhor é um Deus misericordioso e clemente, lento para a cólera e rico em amor e fidelidade"
Salmo 86:15
A linguagem empregada por Jesus para falar de Deus sugere o conteúdo dos três termos hebraicos que aparecem nesse salmo:
- Rahum / misericordioso - Esta palavra indica uma compaixão que nasce das entranhas e comove toda a pessoa;
- Hannun / clemente - Expressa um amor gratuito, incondicional, transbordante;
- Hesed / amor fiel - Fala da fidelidade de Deus a seu amor pelo povo e pelas pessoas;
Jesus não cita as Escrituras diretamente para falar do amor de Deus, nós o fazemos; ele a intui contemplando a natureza e convida as pessoas mais simples a descobrirem que a criação está cheia da bondade de Deus. O reino de Deus, apresentado por Jesus, é algo muito simples, está ao alcance de todos, inclusive daquelas pessoas pobres, analfabetas e socialmente excluídas.
Jesus traz uma mensagem concreta e simples, que até os mais ignorantes entendiam: A primeira coisa para Jesus é a vida das pessoas, não a religião. Ao ouvi-lo falar e, sobretudo ao vê-lo curar os enfermos, libertar de seu mal os endemoninhados e defender os mais desprezados, eles têm a impressão de que Deus realmente se interessa por suas vidas e não tanto por questões "religiosas" que a eles escapam. Essas pessoas não estavam enganadas.
Não é difícil encontrar pessoas que sentem-se "indignas" da presença de Deus; Outras sentem-se preteridas, achando que Deus tem mais amor por outros do que por elas, como se elas fossem de algum modo inferiores; Há ainda algumas seitas cristãs que pregam o sucesso financeiro e material, conforme os padrões mundanos, e alegam que os que atingem tais metas "buscam mais e melhor" a Deus que os demais, gerando nas demais pessoas (que não atingem essa "meta") um grande sentimento de rejeição e inferioridade.
O ministério de Jesus é o grande exemplo para tudo em todas as áreas de nossas vidas. Neste caso não é exceção. Veja você que o Deus encarnado não foi ao templo construído em homenagem a Ele na cidade dEle dirigido por pessoas treinadas e preparadas durante séculos para dirigir ofertas e sacrifícios a Ele. Ele escolheu os mais pobres e necessitados, a estes dirigiu toda sua atenção. É por demais sugestivo. Essa atitude, como todas as outras de Jesus, tem um significado. E este significado é claro: Deus não faz acepção de pessoas.
Seja o que for que o faz sentir-se menos especial para Deus que um diácono, presbítero, pastor, bispo, apóstolo, ou mesmo de um cristão sem título que senta-se ao seu lado nos domingos; mas que de algum modo parece aos seus olhos "melhor" cristão que você; esqueça. Conhecimento teológico não faz ninguém melhor ou mais íntimo de Deus, vide os sacerdotes do templo na época de Jesus. "Busca" frenética por experiências sobrenaturais também não. Caso contrário, Jesus mencionaria os monges de Qunran que, naquela época, gabavam-se de sua espiritualidade transcendental e suas experiências místicas.
Você, seja quem for ou o como vive a vida, é especial para Deus. "Ahhh, mas eu estou em pecado" Alguém pode dizer. Jesus se encarrega de responder: "Eu vim para os enfermos, não para os que têm saúde". Jesus veio para lhe ajudar a lutar contra o pecado. Mas mais do que isso, muito mais do que isso, ele mostra que é possível viver com saúde e paz, através do reino de Deus, que já está entre nós.
Jamais pense que alguém é mais digno da presença de Deus que você, ou que Deus tem mais favor para uns que para com outros. Deus ama você na mesma medida que ama a toda a humanidade. Lembre-se: Ele é seu Pai.
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