Todo enfermo anseia por um dia libertar-se da sua enfermidade a fim de desfrutar novamente de uma vida sadia.
Nos tempos de Jesus, ao ver-se enfermo, o israelita, em geral recorria a Deus. Examinava sua vida, confessava seus pecados diante de Deus e pedia pela cura. As vezes recitava um dos muitos salmos compostos por enfermos: "Tem piedade de mim, Senhor, cura-me, porque pequei contra ti" (Salmo 40:5).
Na verdade, aquelas pessoas não tinham muitas opções ao se verem enfermas. A medicina grega, impulsionada por Hipócrates, era praticada em cidades importantes, como Tiberíades e Séforis, mas certamente não passava perto de vilarejos como Nazaré e Cafarnaum. Mesmo se um médico estivesse disposto a ir até lá, os honorários eram por demais elevados para aquelas pobres pessoas.
Tampouco podiam peregrinar até os famosos templos de Esculápio (deus da medicina), ou aos santuários de Ísis e Serápis, divindades curadoras. Também não podiam banhar-se em fontes sagradas consideradas terapêuticas. E se por ventura conseguissem chegar a esses lugares, não tinham condições de pagar as caras oferendas que ali eram exigidas.
As vezes, era possível recorrer aos hasidim (magos, exorcistas). Eram homens piedosos, como Honi, o famoso traçador de círculos. Sua atuação não era de caráter mágico, mas se devia ao favor de Deus. No entanto, estes homens apenas curavam, e o faziam quando Deus os permitia.
Jesus era diferente. Embora suas técnicas fossem semelhantes a dos hasidim (p. exemplo por saliva nos olhos dos enfermos), sua atuação ia muito além da cura. Jesus se apoia no amor curador de Deus, que se compadece dos que sofrem. Jesus não intervém para causar dano, impedir amores ou desfazer-se de inimigos. Também não intervém para que alguém receba uma cura, simplesmente. Jesus cura o sofrimento. Jesus muda o rumo da vida do enfermo.
Para Jesus, curas não são feitos isolados, fazem parte da sua proclamação do reino de Deus. É sua maneira de anunciar esta grande notícia: Deus está chegando, e os mais desgraçados podem experimentar seu amor compassivo. As surpreendentes curas de Jesus são sinal de humildade, de um mundo novo, da nova realidade que Deus quer para todos.
O exemplo de Jesus nos ensina a ver a dor das pessoas. Talvez Você não seja um missionário e não possa ir ao Camboja oferecer uma simples dipirona para aliviar a dor de alguém que sofre de osteoporose e sequer foi diagnosticado (sim, uma dipirona é luxo nas áreas pobres do Camboja), talvez não possa auxiliar pessoas portadores de HIV/AIDS como Kay Warren, ou mesmo possa ajudar os recém desabrigados da tragédia em Mariana-MG. No entanto, existe alguém enfermo ao seu lado. Jesus não procurou os grandes desastres do oriente médio para atuar, simplesmente atuou por onde passava.
Portanto, seu vizinho, seu porteiro, seus primos, seus irmãos, seus pais, seus avós, seus colegas de estudo ou trabalho, são pessoas próximas a você e que podem estar enfermas. A enfermidade dessas pessoas não está estampada na capa do jornal, mas nem por isso é menos importante. As vezes a enfermidade dessas pessoas se origina no simples vazio que há em seus corações, a espera de Jesus. E muitas vezes, é você e só você quem pode cura-lo.
Enfermidade no corpo ou na alma, tanto faz. Precisam de cura.
Sigamos o exemplo de Jesus e levemos esperança e libertação aos que estão enfermos.
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