domingo, 25 de janeiro de 2015

Jesus e o Alcorão


Os seguidores dos Islã têm restrições ao cristianismo porque, segundo eles, os evangelhos eram originalmente semelhantes ao Alcorão no teor de sua mensagem, mas teriam sido alterados ao longo dos primeiros séculos, pervertendo a mensagem de Alá que fora resumida clara e inequivocamente através do último de seus profetas enviado ao mundo, Maomé.

Particularmente, não estudo em detalhes o Alcorão tampouco a seus seguidores. Entrementes, o que os impede de crer na encarnação de Deus na figura de Jesus e conhecer a verdade, quando do meu conhecimento e alcance, posso e pretendo desmistificar.

A começar, o Alcorão cita Jesus como um dos profetas enviados de Deus/Alá, nascido de uma virgem. Por si, esta afirmativa sem contrapontos é capaz de abrir os olhos dos que realmente buscam a Deus (ou Alá, no idioma árabe).

Quero falar sobre aquela que talvez seja a principal queixa e acusação por parte dos muçulmanos aos cristãos, a acusação de adorarem a três deuses (a trindade). Para o Islã, Deus é o único Deus, e isso seria adultério espiritual.

Ora, de fato há a trindade, mas de fato há somente UM único Deus. Quero falar sobre um indiano chamado Sadhu Sundar Sing, um sique devoto, a quem Jesus apareceu numa visão. Este se tornou cristão e ficou conhecido como apóstolo dos pés sangrentos. Este homem, como todo bom muçulmano, tinha essa acusação contra os cristãos e, ao aparecer-lhe Jesus, o questionou sobre o assunto. Eis a resposta de Jesus a esse indiano, que ele compartilhou com toda sua comunidade e com o mundo:

"Assim como no sol há calor e luz, e a luz não é calor e o calor não é luz, e ambos são um, embora manifestem-se de formas diferentes, assim também eu e o Espírito Santo procedemos do Pai, trazemos luz e calor ao mundo... Entretanto, não somos três, mas um, assim como o sol é um".




Se você é muçulmano, simpatizante do Islã, ou questionador da trindade, medite nessas palavras reveladoras de Cristo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O que a Bíblia diz sobre o governo do P.T.?


O escândalo de corrupção da Petrobrás (maior desvio de verbas públicas da história do mundo) tem feito o povo brasileiro se manifestar no campo político. Não há prisma que aprove a falta de caráter dos envolvidos, e este é só o primeiro sintoma de um câncer em estágio avançado que até então passara despercebido. O Partido dos Trabalhadores elevou a corrupção a um método de governo, e a Petrobrás é apenas um reflexo disso.

Esta situação me levou a refletir sobre o que a Bíblia diz a respeito de governos civis. O próprio Jesus, quando diz a Pilatos "Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima..." em João 19:11, e dois grandes apóstolos encabeçam a lista de citações: Paulo diz "Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por Ele estabelecidas... É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal... E por isso também vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho..." Romanos 13:1-7

Pedro afirma: "Sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei, como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem" 1Pedro 2:13-14




A Bíblia também deixa claro que o propósito fundamental do governo é servir o povo, e condena os usurpadores de poder em diversas passagens (Dt 16:19, Sl 26:10, Pv 15:27, Pv 17:23, Is 33:15, Ez 22:12, Am 5:12, Hc 1:2-4). Não obstante, temos o testemunho e exemplo de Samuel, Juiz (autoridade suprema na época) sobre Israel: "Aqui estou. Se tomei um boi ou jumento de alguém, ou se explorei ou oprimi alguém, ou se das mãos de alguém aceitei suborno, fechando os olhos para sua culpa, testemunhem contra mim na presença do Senhor e do seu ungido. Se alguma dessas coisas pratiquei, eu farei restituição". 1Samuel 12:3-4

Podemos concluir então que o governo pertence a Deus e é agente da justiça divina (no âmbito social). Mas e quando este governo é quem pratica o mal, o que a bíblia nos orienta?




Podemos então começar a responder a pergunta com as citações: "É mais importante obedecer a Deus que aos homens" de Pedro em Atos 5:29, e o mesmo Pedro, ao lado de João, quando o sinédrio (autoridade instituída) os ordenou que "não falassem mais de Jesus" Atos 4:18, responderam "não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos" Atos 4:20.

Estamos sob autoridade do governo e a ele devemos obediência. No entanto, quando o que o governo trama/idealiza/faz/executa vai contra os princípios (inegociáveis) de Deus, devemos ser subversivos a isto, e temos bons exemplos: João Batista confrontou o rei Herodes com seus pecados, o mesmo fez Daniel com o rei nabucodonosor, também Paulo a Félix e Moisés ao Faraó.

Isso não significa fazer apologia a políticos cristãos, que muitas vezes são pagãos travestidos com interesses mesquinhos por trás, para substituir os que estão no poder. Tampouco apoiar a oposição simplesmente pelo fato dela ser "oposição", sem ao menos investigar suas reais intenções.

O que o Senhor espera de nós é uma posição firme, baseada em conceitos cristãos (não matarás, não roubarás, não adulterarás...) e que através de nós bons políticos possam ter a chance de governar e conduzir a sociedade a um bem-estar saudável e duradouro, baseado nestes princípios cristãos.

E quanto a "oferecer a outra face"?


Jesus disse: "...se alguém o ferir na face direita, ofereça a outra também - Mateus 5:39".

Em Mateus, nos capítulos de 5 a 7, Jesus oferece ilustrações concretas de como deve ser a conduta pessoal de um cristão, na maioria das situações. Trata-se porém, de uma instrução a ser compreendida em seu devido contexto.

Ora, se interpretada ao pé da letra como defendem alguns, então Jesus estaria nos instruindo a afrontar nosso agressor! "Um tapinha não dói". É evidente que este não foi o objetivo do mestre.

Como este blog vem alertando, ler a bíblia requer alguns cuidados. Se tudo o que Jesus disse devesse ser seguido ao pé da letra, então qualquer mendigo poderia levar o mais abastado dos cristãos a falência, visto que Ele diz alguns versículos a frente em Mateus 5:42 "Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja lhe pedir algo emprestado".


Não é preciso muita dedicação para perceber que o ensinamento não se trata nem mesmo de agressões físicas exclusivamente. O Senhor nos esclarece como devemos nos portar diante de uma situação humilhante, como uma afronta ou provocação. Paulo ilumina mais isto em Romanos 12:20 " Se o seu inimigo tiver fome, de-lhe de comer, se tiver sede, de-lhe de beber...".

Traduzindo em miúdos, Jesus orienta-nos a ignorar a ofensa/afronta/agressão, agindo com paz de espírito. Deixando seu "oponente" sentir-se satisfeito ao lhe causar algum mal, eventualmente ele perceberá, ao notar ausência de ira e comportamento piedoso em você, que há algo em você que o preenche (Jesus), e que ele precisa ser preenchido assim também.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A arte de ler a Bíblia - p.2


No texto anterior, expliquei que a hermenêutica é a ciência da interpretação correta das escrituras sagradas. Também citei exemplos de palavras que podem gerar dúvidas e a maneira correta de buscar a resposta correta, dentro do próprio texto.

Em ocasiões em que o texto por si só não basta, podemos recorrer a outros textos em que a palavra obscura ocorre.

No entanto, nossas dificuldades muitas vezes são maiores do que sinônimos corretos para palavras ambíguas. Não é raro pessoas terem dúvidas a respeito de doutrinas e práticas cristãs. Nestes casos, é necessário consultar passagens paralelas, explicando coisas espirituais pelas espirituais.

Por exemplo, ao ler o livro de Gálatas, você vai ler em 6:17 Paulo dizer "trago em meu corpo as marcas de Jesus". Por si só, não é claro. Podemos perguntar "que tipo de marcas? O que ele quis dizer com isso?" É preciso então buscar paralelos para entender. Em 2 Co 4:10 ele diz "trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus", onde o contexto deixa claro que ele se refere a cruel perseguição que continuamente Cristo padecia. Então já podemos entender que essas marcas se relacionavam com a perseguição que ele, Paulo, sofria.

Todavia, há ainda mais luz em outro paralelo, em 2 Co 11:23-25. Nessa passagem Paulo afirma ter sido açoitado cinco vezes. Podemos concluir então que as marcas no corpo de Paulo não eram chagas ou sinais da cruz milagrosa ou artificialmente produzidos. Eram sinais dos suplícios sofrido pelo Evangelho de Cristo.

Que você possa desfrutar de boa leitura, e que o Senhor fale a você através das Escrituras Sagradas.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Como mudar a realidade de uma nação?


Serei sucinto. Existem três medidas obrigatórias para que mudanças duradouras ocorram em nosso país:

1) Transformar o coração das pessoas; para que procurem fazer o bem e não o mal;
2) Transformar a mente das pessoas; para que suas convicções morais se alinhem aos padrões morais de Deus descritos na bíblia;
3) Mudar as leis; para que incentivem a boa conduta e castiguem a conduta errada;

O coração é transformado através do evangelismo  pessoal e do poder do evangelho de Jesus Cristo; a mente é mudada por meio de conversa, ensino pessoal, diálogo e debate público; e as leis só mudam com o envolvimento político dos cristãos.

Uma dose de bom-senso


Existe uma linha de posicionamento cristão que defende a ruptura na comunicação entre a igreja (o corpo de Cristo, a parcela evangélica da sociedade) e governo. Ora, o evangelho não é somente "creia em Jesus, seja perdoado de seus pecados, cresça espiritualmente e vá morar no céu". Claro que este é o cerne do evangelho e sua mensagem fundamental, mas o evangelho é a boa-nova de Deus a respeito da vida como um todo!

Mateus 28:19-20 reproduz as palavras de Jesus "Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações ... ensinando-lhes a obedecer todas as coisas que vos ordenei". Ora, de qual parte da bíblia, então, devemos deixar de pregar? Rm 13:1-7? 1Pe 2:13-14? Gn 9:5-6? Is capítulos 13 e 23? Amós capítulos 1 e 2? E Daniel influenciando o governo da Babilônia?

Jesus e seus apóstolos (ao nos escreverem) se apoiam frequentemente no Antigo Testamento, ratificando a autoridade de Deus antes revelada, e deixando claro que "ensinando-lhes todas as coisas que vos ordenei" significa ensinar fielmente toda a bíblia.

Ora, evangelizar é sim parte da missão do cristão e da boa nova, mas lembrando que Deus instituiu todos os governos sobre a terra, que Paulo nos ensina a orarmos pelas autoridades, devemos sim, enquanto comunidade cristã, oferecer influência sobre o governo, para que este possa refrear o mal que se estabelece nos países. Ou alguém acha um bom governo o da Arábia Saudita que proíbe a pregação do evangelho e persegue cristãos?

Por certo estamos na terra para glorificar a Deus, e o fazemos seguindo seus conselhos, como "amarás ao teu próximo como a ti mesmo". Amar ao meu próximo pode ser entendido como proteger a ele e sua família (pais, irmãos e filhos) de um motorista alcoolizado. E isso só pode ser feito através de medidas governamentais. As autoridades foram ordenadas por Ele, e devem ser motivo de temor para os que praticam o mal, não para os que praticam o bem (Rm 13:1-3).

O governo é enviado para punir estes indivíduos, cumprindo assim seu papel de preservar o bem material das pessoas. Isso mesmo, material! Jesus curava as pessoas, deixando claro que se preocupava com seu bem-estar material, proporcionando-lhes condições agradáveis de sobrevivência. Isso não tem nada a ver com a questão do materialismo, mas sim de que se o resumo de tudo fosse a conversão, assim que aceitasse a Jesus você morreria e iria para a presença de Deus. No entanto, não é assim.

Por que você aceita o evangelho, se santifica e continua vivo? Sim, para propagar o evangelho, mas também para mudar a vida de todos os que estão ao seu redor. Uma vez que você aceita a Jesus, espera-se que transforme sua família, seu bairro, sua cidade... Diante disso, será que as igrejas devem ensinar seus membros a fazer boas obras em hospitais, em comunidades carentes, em escolas, mas não no governo?

Só podemos chegar a uma conclusão: "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo" significa que devo buscar o bem-estar do meu próximo em todos os aspectos da sociedade, e isso inclui empenhar-me para que haja bons governos e boas leis.

A arte de ler a Bíblia


Todo cristão deveria estar familiarizado com a "Hermenêutica". É um nome que assusta, mas seu significado é simples e fundamental para uma boa interpretação do texto bíblico.

Qualquer pessoa, leiga ou erudita, encontra dificuldades; em maior ou menor grau; no entendimento do texto bíblico. Alguém sem muito conhecimento pode abrir a bíblia em um determinado trecho e fazer uma interpretação baseada no que ele pensa ser a forma usual/correta de aplicação de determinada palavra, e assim acabar cometendo um grave erro. Erro este não só de interpretação de texto, mas de interpretação das mensagem e vontade de Deus.

Existem palavras, como "carne", "fé", "sangue", "salvação" e "graça" que são aplicadas em situações e contextos diferentes. Por exemplo Ezequiel 36: 26 diz "... e lhes darei um coração de carne", apontando claramente para uma disposição terna e dócil da palavra. Já em Efésios 2:3 "Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne", o que significa nossos desejos naturais e egoístas. Em 1 Timóteo 3:16 "Aquele que se manifestou em carne", vemos que o termo equivale a forma humana. Em Gálatas 3:3 "Tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne?", trazendo um significado de observância as cerimônias judaicas, como circuncisão. E esses são apenas alguns exemplos.

Tendo isso em mente, precisamos aprender a fazer essa diferenciação. Para isso, existem algumas regrinhas básicas, ou dicas que você deve seguir ao ler a bíblia. A regra fundamental; ou regra das regras; serve de eixo para todas as outras: A Bíblia explica a própria Bíblia. Não recorra a outras fontes, se não a própria escritura para interpreta-la. Se há uma palavra que gera dúvida, procure primeiro identificar seu sentido pela frase, pelo parágrafo ou mesmo por todo o conjunto da obra.

Sabendo disso, é preciso tomar as palavras em seu sentido usual e comum, atentando a forma como era usada na época em que foi escrita. Então é preciso tomar a palavra no sentido que indica a frase. Isto posto, é necessário atentar ao sentido do contexto, aos versículos que antecedem e sucedem. Então é necessário levar em consideração o objetivo do livro e/ou da passagem em que a palavra ocorre.

Este é post introdutório, de uma série de textos que publicarei sobre o assunto. Meu objetivo é que com essa ferramenta em mãos, você possa desfrutar de uma leitura sadia e assertiva da bíblia, e se preparar melhor para conhecer a vontade de Deus para sua vida.